sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pressão

O projeto está prestes a terminar. Nunca estive em um projeto que tenha passado tão rápido como esse. Vivemos dias intensos, por isso a sensação de que tudo passou bem ligeiro. Agora em mim há um misto de sentimentos. Há alegria ao olhar para trás e ver como Deus é grande e gracioso. A experiência de liderar um projeto como esse é incrível. Eu queria conseguir traduzir isso em palavras. Mas me sinto meio perdida sem saber por onde começar. Gostaria de conseguir transmitir o meu espanto ao ver como Deus agiu. Apesar do peso da responsabilidade (o título desse post não é por acaso), estar nessa posição me fez enxergar o projeto de um outro jeito. Para mim ficou muito claro o quanto a gente depende de Deus ao embarcar em um empreendimento como esse. São tantos detalhes e vários deles fugiram do meu controle - melhor assim.

Ao ver o campus da UEFS pela última vez nesse mês, eu me lembrei da primeira vez que pisei ali. Estava em uma viagem de “reconhecimento” para firmar parcerias e fechar detalhes importantes (como o lugar em que ficaríamos hospedados). Mal sabia eu tudo o que Deus prepararia para esse tempo. Hoje a UEFS me parece até familiar. Já me acostumei com os módulos, a reitoria, o Restaurante Universitário. Tudo tem agora uma “cara” diferente da primeira vez que os vi. Esses lugares estão impregnados de memórias. Nelas eu vejo jovens que dedicaram as suas férias para fazer Cristo conhecido nessa cidade. Vejo pessoas que começaram a sua caminhada com Deus durante esse mês, e nós tivemos simplesmente o privilégio de acompanhá-las nisso. Vejo um lindo pôr-do-sol, como pano de fundo de uma das apresentações da banda evangelística que esteve conosco – 3DNOZ. Vejo a praça do Borogodó, o point dos estudantes da UEFS. Em alguns momentos nessa praça havia vários grupinhos conversando sobre assuntos espirituais. Que bonito o que Deus faz. Se eu fosse pensar nas minhas próprias forças, eu não teria vivido esse desafio. Mas sou grata a Deus porque eu acredito que foi Ele quem me levou a dar um passo de fé. Esse foi um mês de aprendizado e isso me faz ficar feliz. Valeu à pena.

Uma das partes do meu aprendizado aqui foi ter que lidar com as pressões. Pense só: são 67 pessoas com vontades, gostos, culturas e tantas outras coisas diferentes. Diariamente eu precisei tomar várias decisões, umas simples outras mais complexas. Não tinha para onde correr, eu tinha mesmo que me posicionar. Difícil!!! Mas essa é mesmo uma das coisas que eu preciso crescer e tive várias oportunidades para isso. Depois de inúmeras situações que se apresentaram durante o mês, me sinto mais preparada. Sabe quando a gente aprende a andar de patins? Tem vários tombos até você realmente conseguir equilíbrio. Até você poder deslizar com aquela sensação boa do vento no seu rosto. É mais ou menos assim. Levei alguns tombos e agora estou só começando a entender algumas coisas, começando a dar os primeiros passos e tem até uma brisinha bem leve que posso sentir.

Fico por aqui, cabe lembrar que apesar do tom de despedida, o projeto ainda não acabou. Até a próxima.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Alguns dias depois...

O projeto segue em Feira de Santana City. Quase 70 pessoas convivendo por 30 dias. Temos a nossa versão "missionária" do programa "A Fazenda". Estamos em um acampamento e apesar dos dias que já se passaram, eu não páro de me surpreender com tipos diferentes de insetos. Estou no meu quarto me esforçando por lembrar das coisas boas do projeto para escrever aqui. O esforço não se deve por falta de "bençãos" para contar. Apenas estou em um dia daqueles pelos quais as mulheres passam.

Lembro-me de uma outra conversa que tive na UEFS (se lembra? essa é a sigla da universidade onde estamos realizando o projeto). Após o almoço vários estudantes do campus param e descansam um pouquinho. O lugar preferido, me parece, é a reitoria da universidade. Um prédio novo, bonito e que até distoa do restante da estrutura do campus (que não está tão bonitinho assim). Dentro desse prédio há um hall amplo, com ar-condicionado. Os estudantes, que não são bobos, se esparramam pelo piso mesmo e ficam lá batendo papo, jogando Uno, cochilando, alguns até aproveitam para estudar também. Em frente ao prédio, ao ar livre, tem um jardim, com árvores que oferecem sombra. A galera também aproveita esse espaço. Quando sopra um ventinho, fica perfeito.

Cenário descrito, agora você pode imaginar como foi a minha conversa. Encontrei Rita e Laise sentadas em uma dessas sombras. Conversei, nos conhecemos um pouco e aproveitei para falar sobre Deus. Fiz uma pergunta para elas pensarem: "Se um dia, depois que essa vida aqui terminar, você estiver diante da 'porta' do céu e Deus te perguntar: 'Por que devo te deixar entrar?', o que você responderia?" Gosto de fazer essa pergunta para entender qual perspectiva a pessoa tem de Deus e do que é ter um relacionamento com Ele. As meninas responderam o que quase todas as pessoas para quem faço essa pergunta respodem: "Ah eu falaria que eu sou uma pessoa legal, boa, não cometo nenhum erro absurdo, tipo roubar, etc" Essa é a visão que muitos universitários têm (pelo menos aqueles com quem eu tenho contato). Para estar com Deus é necessário se esforçar e ser "bonzinho".

A partir da resposta delas, comecei a explicar o que a Bíblia nos ensina. Ninguém é bom o suficiente. Por isso Deus tomou uma atitude radical e enviou Jesus. Fiquei feliz em poder esclarecer para elas o plano de Deus e mostrar uma outra maneira de enxergar a vida. Sei que meu trabalho não é convencê-las, essa parte, fica com o próprio Deus. Mas posso dizer que naquela tarde elas decidiram começar a ter um relacionamento com Deus. Ore para que elas cresçam e sejam edificadas nessa verdade.
Para quem está acompanhando o blog e leu o post anterior, aí vai uma atualização: voltei à casa de Luziana. Terminei o que eu gostaria de falar com elas sobre Deus. Marcamos um reencontro para a próxima semana, quando elas estarão mais aliviadas das provas e trabalhos. Ore para que elas entendam mais sobre o plano de Deus para as suas vidas.

Quando eu conseguir parar novamente, escrevo mais!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cheguei

Sexta-feira, 8 de janeiro e já se passou 1 semana do meu tempo aqui nessa cidade. Quando eu cheguei um friozinho na barriga me acompanhava. Como será liderar um projeto como esse? Em breve eu ía descobrir pra valer. Até então estava só nos bastidores, mas agora chegou o momento de conviver com a equipe e com os estudantes que nos acompanharão nesse mês.
A trajeto até o local do projeto é um tanto trabalhoso. Cheguei ao aeroporto de Salvador. No  sagüão um clima de férias, revelado pela diversidade de sotaques: gringos e brasileiros vindos de outros estados. Fomos pegar um táxi até a Rodoviária. No rádio um "arrocha" tocava. Estamos mesmo na Bahia. Na rodoviária facilmente conseguimos passagens para Feira de Santana e em meia hora seguimos para o nosso destino.

A impressão desses primeiros dias foi boa. Até agora não doeu tanto assim, e acredito que estou mais do que "sobrevivendo" ao projeto. Estou aproveitando o tempo aqui, as novas pessoas e as "velhas" também. A parte legal de fazer algo que te dá medo é a sensação de aventura. Aos poucos eu vou aprendendo mais sobre o que é liderar. É mesmo uma descoberta, e isso me deixa motivada.
Já fizemos nossa primeira visita ao campus e ao Bairro Feira Seis (onde grande parte dos estudantes moram). Conversei com Luziana, uma estudante de Espanhol, que estava no portão de casa. Ela me convidou para entrar e estender a conversa para outras três amigas do mesmo curso que estavam fazendo um trabalho acadêmico. Fiz uma pesquisa de opinião com elas e tivemos uma conversa agradável. Até marcamos um encontro na semana que vem para continuar o papo que no final já girava em torno da pergunta: "Quem é Jesus para você?" Essa foi a primeira estudante com quem eu conversei nesse mês. Fiquei impressionada com a hospitalidade dela. Aliás, até agora os baianos estão me surpreedendo nesse quesito (pelo menos por aqui, em Feira de Santana).

Tenho expectativas e alguns medos que ainda fazem a minha barriga esfriar. Mas vou seguindo. Hoje ouvi uma frase bem clichê, mesmo assim encerro esse post com ela: "Quem está na chuva, é para se molhar".

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Mala, mochila e um pouco mais

Já estou de partida mais uma vez. Hoje à tarde coloco minha mochila nas costas e vou rumo à Feira de Santana. Tá, eu não vou só levar uma mochila, tem também uma malinha básica tamanho G, uma pasta recheada de papéis e uma bolsa para levar os documentos. Um pouco diferente da orientação de Jesus as discípulos do seu tempo: "Não levem nada pelo caminho, a não ser um bordão. Não levem pão nem saco de viagem, nem dinheiro em seus cintos; calcem sandálias, mas não levem túnica extra;" (Lucas 6: 8 e 9)

Uma missionária contemporânea e urbana vai de mala, mochila, bolsa e necessaire. E na bagagem leva, muito mais que uma túnica, até mesmo a prancha para manter os cabelos lisos na missão. Os tempos mudaram. Mas uma experiência missionária, mesmo que em menores proporções, mantém o seu gosto de aventura. Uma cidade nova, culturas diferentes, comidas, vejamos o que nos aguarda em Feira de Santana.


No meio dos traços aventureiros existe também a sensação (boa) de estar seguindo a vontade de Deus. Não dá para explicar, mas sei que estou partindo para onde Deus quer que eu esteja em Janeiro. Agora, faço uma pausa nas minhas atividades de noiva que pouco desenvolvi em dezembro.

O projeto Feira de Santana 2010 vai começar!