sábado, 27 de fevereiro de 2010

Eu voltei, aqui é o meu lugar

De volta, em Fortaleza. Já perdi as contas de quantas vezes já disse isso nos últimos 2 anos. Essa é a minha vida de idas e vindas. Por mais que eu transite na "ponte aérea" Rio de Janeiro - Fortaleza, eu tenho um lugar para chamar de "minha casa". E, pelo menos por agora, esse lugar é Fortaleza.

De volta à Fortaleza. Uma semana aqui e já me deparo com as peculiaridades dessa terra. O bom sotaque cearês, as aventuras nos terminais de ônibus, o barulho dos carros perto do "meu" apê, o cinema do shopping iguatemi, a querida equipe do Alfa e Ômega em Fortaleza e o pessoal da minha igreja aqui. Uma semana e já se passou tão rápido. Eu acho mesmo que esse semestre vai voar.

Por falar em semestre, isso me lembra o motivo que me trouxe a essa boa cidade.
Trabalhar com o Movimento Estudantil Alfa e Ômega. Depois de 15 dias de férias na minha cidade natal, voltar me traz a idéia de recomeçar. Mas fico tão feliz e surpresa, quando ao chegar aqui vejo os estudantes líderes já se mobilizando para as atividades nos seus respectivos campi. As coisas mudaram.
Nessa mesma época, no ano passado ainda nos esforçávamos pela formação de uma liderança estudantil cristã por aqui. Os líderes anteriores em sua grande maioria estavam se formando. Como é bom ver novos líderes despontando no cenário, e com muita motivação para colocar a mão na massa.

Então, lá vamos nós! O semestre já começou, há muito trabalho e poucos trabalhadores (Jesus, sempre atual!). Mas os poucos que têm surgido, são como presentes de Deus para a nossa equipe.

Minha história


Eu sou a primeira de três filhos. Nasci numa família que desde cedo me ensinou os valores cristãos. Meus pais me ensinaram a a ir à igreja. Eu fazia isso por obediência e também porque eu achava legal. Fiz amigos, tinha um tempo divertido com eles, me sentia bem nesse ambiente. Essa era a maneira que eu entendia de me chegar até Deus: estar na igreja.
 Quando entrei na adolescência alguns conflitos começaram a surgir. Eu via no meu colégio, entre os meus amigos uma vida muito diferente, com princípios às vezes até opostos ao que meus pais me mostravam. Estar com Deus nessa época era algo que não fazia muito sentido para mim. E na hora que as minhas convicções eram colocadas em xeque, elas simplesmente desapareciam. Eu não enxergava a minha vida como algo que tinha um propósito maior. Me sentia vazia e até hipócrita por parecer ser alguém que eu não era.
Nessa época, ter a aprovação das pessoas era algo tão importante para mim que eu me sentia por vezes reprimida, com medo de não ser aceita. Talvez esse mesmo medo  fosse aquilo que me afastava de ter um relacionamento verdadeiro com Deus. Apesar de estar distante de Deus, meu coração era sensível e eu sentia vontade de ter algo mais na minha vida, mesmo sem saber o quê.
Um dia, aos 12 anos, eu fui a um acampamento com um grupo de pessoas que queriam buscar mais a Deus juntos. Nesse fim de semana eu entendi que a falta que eu sentia era de Deus. Eu percebi que por mais que eu levasse uma vida "normal", eu nunca seria perfeita. Vi que precisava do perdão de Deus e do seu amor em mim. Então eu fiz uma oração recebendo a Cristo e me entregando a ele.
 Depois disso comecei uma caminhada que prossigo até hoje. comecei a entender melhor a vontade de Deus para mim. Vi que Deus me deu forças para crescer em áreas que eu tinha dificuldade. E continuo descobrindo mais sobre o amor de Deus até hoje. Nesse tempo eu pude descobrir que Deus é gracioso e não me trata pelo que eu mereço, mas ele tem o perdão para mim, por meio de Jesus. Deus me aceita completamente e a maior prova disso foi a atitude de amor radical de Jesus na cruz.
 Isso me ajuda na maneira como eu vejo as pessoas. Posso me sentir mais livre e me mostrar como eu realmente sou, pois existe alguém que me aceita plenamente. Hoje eu entendo que a minha vida tem um propósito maior. Sei que estou aqui para fazer coisas não somente do tipo que ficam por aqui. Mas posso investir o meu tempo e quem eu sou em coisas que vão durar eternamente.
 Ver a vida desse jeito me traz alegria. Não uma alegria besta que me faça rir o tempo inteiro e nunca chorar. Mas uma alegria real que me faz ter esperança mesmo na dor.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Agora, algumas fotos

Ponto de partida

Já se passaram 12 dias desde que me despedi das 66 pessoas com quem "morei junto" em janeiro. Tão rápido. Parece que quanto mais ocupado se está, mais o tempo voa. Não falo isso por me orgulhar em ser ocupada. É apenas uma observação. Um projeto é algo tão intenso, que é necessário ter alguns momentos para digerir tudo o que aconteceu.

O mês já acabou, voltamos para casa, mas espero sinceramente que o projeto tenha sido apenas um ponto de partida para os estudantes da UEFS. Aliás esse é um bom motivo de oração. Ore para que os cristãos que estudam lá continuem animados e queiram continuar o que começamos. Pense bem: não é uma tarefa tão fácil. Antes eles tinham um grupo de pessoas super animadas e comprometidas. Pessoas que sairam de suas cidades e estavam lá só para fazer Deus conhecido. Agora a bola está com eles. Não têm mais essa "mãozinha" de 67 pessoas. Mas eles têm a Deus e a eles mesmos. Então, há esperança.

Ver o projeto concluído me traz um sentimento de gratidão. Deus foi muito gracioso, eu tenho consciência disso. Sei que ele nos deu sabedoria para lidar com as diversas situações que surgiram. Não me arrependo de ter dado essa passo de fé. Fico feliz e hoje sei um pouco mais do que é confiar em Deus diante de coisas maiores do que nós mesmos.

Posso dizer que vale a pena ouvir a voz de Deus. Acho que cada um de nós (os 67) pôde perceber isso de alguma forma. Os resultados ficam para eternidade e vão muito além dos números. Mas, para ter uma noção, aí vão eles:

Abordados (pessoas com quem tentamos começar uma conversa): 1145
Expostos(pessoas com quem ao menos deixamos algum material evangelístico) : 789
Evangelizados (esses aí foram quem a gente conseguiu falar do amor de Cristo e do plano de Deus para o homem): 438
Oraram (... oraram recebendo a Cristo): 151
Encontros de edificação (para aprender mais sobre a vida cristã): 65

E as minhas singelas aventuras missonárias não terminam por aqui. Agora estou de férias, mas em breve volto para Fortaleza, minha atual cidade. Fico na expectativa do que Deus vai fazer nesse ano, muitas coisas estão previstas. Vem um frio na barriga só de pensar.

No próximo post, algumas fotos do projeto Feira de Santana.