quarta-feira, 31 de março de 2010

Um pouco de clichê

Sei que é meio clichê escrever um texto motivacional, mas às vezes a ocasião pede. E já que é para ser clichê, vou até deixar o link de um vídeo, para que possam me entender. (Clique aqui: A árvore e o menino indiano)

Ás vezes me sinto como esse menino aí, o da árvore. Não quero com isso ressaltar a minha "nobreza".Quero mesmo é expressar a minha dificuldade. Sou missionária na universidade. O fato de pertencer a um mundo tão "pós moderno" afeta bastante o meu trabalho. O individualismo é uma marca do nosso tempo. Infelizmente não posso excluir os cristãos desse problema. Ter um movimento na universidade - seja ele qual for - já foi mais fácil em algum tempo. Hoje temos jovens que se preocupam acima de tudo com a sua própria formação. O bem comum parece um discurso ultrapassado. Mesmo que esse bem seja a mensagem do evangelho de Cristo.

Às vezes tenho que lidar com barreiras como: desinteresse, agendas lotadas, a "necessidade" de um desempenho excelente nas provas e trabalhos e até mesmo o partidarismo denominacional. Daí parece que ninguém de fato se importa. Hoje, estou ainda "desbravando" um campus universitário de uma grande universidade particular daqui. Mas me pergunto: alguém quer pagar o preço de ver o reino de Deus sendo levantado nesse lugar? Cadê os estudantes cristãos? Sozinha não vou arrastar uma árvore tão grande. E já faz um tempo que aguardo outras mãos voluntárias que queiram fazer o mesmo.

Enfim, nem tudo são flores. Acho até que esse texto não está nada motivacional.. hehe. É só um desabafo. Orem por mim, para que Deus me dê perseverança e paciência. Orem por essa universidade e pelos estudantes de lá. Tanto pelos que já têm um relacionamento com Deus como pelos que ainda estão bem longe disso. Que Deus desperte a nossa geração.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O dia em que eu perdi 20 reais

Já faz tempo, mas eu quero contar essa história mesmo assim. No meio do ano passado eu saí com uma amiga. Fomos ao Centro Cultural Dragão do Mar, lá fizemos um lanche em um dos meus lugares preferidos daqui: o Santa Clara Café. Apesar de ela ser cearense, nunca tinha ido nessa cafeteria. Minha amiga é uma estudante de administração da UFC. Eu estava me encontrando semanalmente com ela para estudarmos a bíblia. Há pouco tempo ela tomara uma decisão de se entregar a Cristo. Pois bem, eu quis que o nosso encontro da semana fosse diferente e por isso escolhi esse local.

Eu estava animada, porque ela vinha se mostrando bem interessada em crescer no relacionamento com Deus. E, cara, quer deixar uma missionária feliz? É ter uma nova convertida que demonstra disposição em crescer. Isso traz uma empolgação no trabalho da gente. Enfim, depois do nosso tempo juntas eu voltei para casa e ela foi para a aula. Pegamos o "Circular" (ônibus que servia para ambas). Daí ao entrar no busum, mal eu colocava meus pés na escada, o motorista arrancou (normal por aqui!). Eu fiquei toda enrolada, procurando o dinheiro da passagem. Com dificuldade eu puxei uma nota de 20 reais. Apesar do transporte estar em movimento as portas estavam abertas. Quando eu fui entregar o dinheiro para o trocador a nota escapou da minha mão e vôou. Eu fiquei observando, impotente, sua tragetória rumo a escada e depois para a rua. Fiquei sem ação. Sou péssima para agir rápido. Algumas pessoas na condução gritaram: "Motorista, pára o ônibus", em vão. Eu perdi, e rapidamente me conformei com isso. Nem me animei a descer no outro ponto e correr atrás do dinheiro. A distãncia era considerável e a essa altura alguém teve a sorte de receber uma nota de 20 reais vinda dos "céus". Ninguém rejeitaria um "presente" desses, né?

Por outro lado, no ônibus eu tive que engolir comentários do tipo: "hum... se fosse comigo eu corria atrás do dinheiro, para mim 20 reais fazem muita diferença!" Sei lá o que as pessoas pensaram sobre mim... mas é claro que se eu pudesse escolheria não perder.

De vez em quando eu me lembro dessa história. Eu acho que (aqui começa minha pequena viagem) foi tão simbólico a perda desses 20 reais. Por ter sido uma situação inusitada, me fez pensar. Será que tenho desperdiçado algumas coisas na minha vida? Tempo, dons, talentos, dinheiro, comida? Tanta coisa pode ser desperdiçada se eu não for uma boa mordoma do que Deus me tem dado. Ultimamente Deus tem feito alguns agrados tão fofos para mim! E eu não quero permitir que as oportunidades voem pela janela.