quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estação dos Ventos

Se alguém me perguntasse qual é a minha estação do ano preferida, minha resposta dependeria do lugar. Quando eu morava no Rio, eu sempre respondia: outono. No outono carioca, você pode sentir aquele friozinho de leve quando anda pelas ruas na sombra. E quando anda no sol, ele te aquece de um jeito agradável, sem incomodar. Claro, isso em um dia ideal de outono.

Mas agora que moro em Fortaleza, tudo é diferente! Quase não há variação entre as estações. O que temos aqui é a época das chuvas (ou "inverno", no primeiro semestre do ano) e a época da seca (nos outros meses). Mas há também entre agosto e o comecinho de dezembro a "estação dos ventos", essa a minha preferida. 

Nessa época, o vento não passa despercebido. Ele não tem pena de bagunçar os cabelos, vestidos e saias de quem caminha por aí. Ele gosta tanto de aparecer, que às vezes é até irritante. Mas, se o vento não fosse forte, todos reclamariam do calor. É um vento democrático, que perpassa todas as áreas da cidade, as praias, a Beira Mar (o calçadão daqui), e até os bairros mais distantes da periferia. Ele sopra em todos. 

Cheguei há quase quatro anos, era setembro de 2008. Trouxe comigo minha mala vinho (a maior que encontrei para comprar), uma conta de excesso de bagagem (já esperada) e muita expectativa para o que  eu iria viver aqui. Minha amiga Kristina me buscou no Aeroporto. Ela estava muito atarefada com um evento que acontecia pela primeira vez, a Calourada pela Paz. Me lembro de sair do Aeroporto com o sol brilhante, machucando meus olhos. Fomos para um restaurante (do qual eu me tornaria vizinha, depois de casar), e o vento já soprava bem forte. Um clima diferente de onde eu estava. Mas parecia que o céu de azul vivo, o vento, o sol, eram formas de Deus dizer, "Seja bem-vinda, minha filha, seja feliz nessa terra."

Quando essa estação recomeça a cada ano, ela me traz boas memórias. Não muito antigas, de uma missionária cheia de sonhos e medos, mas com uma coragem de viver o que Deus já estava preparando. Foi um vento bom que me trouxe ao Ceará.

Um comentário:

  1. Oi Carol,

    que bom que você voltou a escrever no blog. Gosto das coisas que você escreve e de como você consegue me fazer imaginar cada detalhe, de cada lugar... hehe
    Fico feliz de saber que você está bem aí e que o Senhor está te abençoando.
    Amo você!

    Beijinhos.

    Paulinha.

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