Já deve ter dado para perceber que eu curto muito essa idéia de sarau. Não cosigo nem disfarçar. Sou apaixonada por poesia e outras "literatisses" e fico super animada por juntar essa paixão com uma outra: Jesus. Para você (que se interessar) entender um pouco do que foi o sarau, deixo aqui um relato do dia:
Fortaleza, 13 de maio de 2010.
Hoje por aqui, comemoram o dia da Maria, a de Fátima (pois existem tantas, né?). Mas, pela manhã, ao abrir os olhos o meu coração bate mais acelerado por outro motivo: hoje é dia de... sarau! Depois da minha rotina matinal, eu deixo meu apartamento, rumo ao nosso "escritório", no bairro de Joaquim Távora. Estou tranquila. Dividi as tarefas do evento com os estudantes e estou confiando em Deus que vai dar tudo certo. O "escritório" leva aspas por que na verdade ele é um depósito de todo o tipo de materiais que você possa imaginar. Lá eu abasteço uma sacola bem grande com folders do Alfa e Ômega, as amarelinhas Quatro Leis, os folhetos azulzinhos (tá tão meigo tudo no diminutivo...). Me dispeço da Fernanda, minha líder de equipe, que estava no escritório para despachar as revistas sobre os projetos que foram impressas aqui em Fortal.
A ida para o campus foi bem mais tranquila do que eu esperava. O trânsito fluía bem, apesar de eu passar pela avenida 13 de maio, no dia 13 de maio (é lá que fica a igreja de Fátima). Ao chegar no campus, um marasmo. Os alunos ainda estavam em aula e nem dava para perceber que em breve ía ocorrer um evento cultural ali. Me sentei e fiquei aguardando os estudantes, enquanto isso orava para que não chovesse.
Com o início do intervalo o cenário mudou. Uma movimentação grande na direção do Restaurante Universitário (eles precisam comprar a ficha do almoço logo, senão perdem a refeição) e - boa surpresa - aos poucos foi se formando uma concentração de pessoas sentadas nos bancos em frente ao palco aonde declamaríamos as poesias. A galera parecia interessada. Mas na vida de missionário, os fatos precisam ser "com emoção", se não, qual é a graça? Tivemos a nossa pitadinha de emoção ao ver o horário do Sarau se aproximando e o som ainda não instalado. Apesar da nossa atecedência, ocorreu um imprevisto na prefeitura do campus e no final das contas, o Sarau teve que ser à moda antiga mesmo: no gogó. Com a coragem que ainda me restava pedi a minha amiga (e também missionária), Manú, que chamasse a atenção do povo e anunciasse o começo do evento.
Começou. Tivemos declamações emocionantes, que me deixaram intimidada, com muita vergonha de fazer a minha. Mas busquei lá no fundo aquele resquício de coragem e li a primeira poesia que eu tinha separado:
O bom do ruim
Não quero ter cabelo bompois meu cabelo não é ruim
Não quero parecer-te bom
por mais que me aches ruim
Não quero ser bom
para seguir tua cartilha ruim
O Criador disse
"Ficou muito bom"
as criaturas não concordaram
eis porque ousas chamar-me ruim!
Autora: Adriana Dantas
Declamei uma poesia da minha amiga, Dri, de São Paulo. E depois em outro momento declamei a poesia do Gladir Cabral que eu já postei aqui. É muito "massa" declamar. Você sente um frio na barriga, mas depois um alívio, e no final você chega à conclusão: valeu à pena, quero fazer isso de novo. Foi o que eu senti, pelo menos.
Também aproveitamos o evento para divulgar o Alfa e Ômega no campus e distribuir um texto bem simples que levantava a questão de ter um relacionamento com Deus.
Eu quero mais e espero que a gente consiga fazer desse sarau uma tradição no campus. Eu acredito que Deus já tem usado esse espaço para que o nome dele seja levantado na universidade, de uma maneira relevante para o pessoal de lá.